Coisa besta

 Coisa besta de se sentir.

Coisa besta de se falar.

Acompanhei de longe sem saber quem era: uma mulher bonita e de poucos sorrisos, que engravidou e teve uma filha. Tinha tatuagens maneiras. E só.

Coisa besta de se sentir, mas senti que tinha que falar com ela.

Coisa besta de se falar, mas falei que queria beber uma cerveja com ela.

Coisa besta de se sentir, mas ela era legal, apesar de não sorrir.

Coisa besta de se falar, mas elogiei as tatuagens dela.

Ela me mostrou algumas.

Coisa besta de se sentir, mas senti um arrepio.

Coisa besta de se falar... me declarei.

Coisa besta...

Coisa besta sou eu... me apaixonei.

Coisa besta...

E a cerveja que não rolou?

E o abraço que não teve?

E os corpos que não se tocaram?

E os cheiros que não foram sentidos?

Coisa besta. Ainda queria.

Coisa besta. Ainda quero...